quarta-feira, maio 02, 2007

Crowdsourcing

Há alguns meses um artigo na revista Wired chamado The Rise of Crowdsourcing mostrou como a multidão pode ajudar organizações a completar tarefas e diminuir custos. O crowdsourcing é o “novo lugar da mão-de-obra barata: pessoas no dia-a-dia usando seus momentos ociosos para criar conteúdo, resolver problemas e até mesmo para pesquisa e desenvolvimento”.

Netflix
A Netflix é uma locadora de DVD’s dos EUA que aluga filmes pela internet e entrega pelos correios. Quebrou paradigmas e fez a Blockbuster rever seu negócio. Mas o que traz a Netflix para este artigo é que deram um prêmio de U$ 1.000.000,00 (sim um milhão) a quem desenvolvesse um algoritimo 10 % melhor no quesito sugestão de filmes do que o antigo sistema deles. Já que exploram a Cauda Longa dos filmes, queriam que as sugestões atinjissem de forma mais certeira os gostos pessoais de cada um. É a essência do crowdsourcing: colocam a multidão para trabalhar e se alguém conseguir resultados, pagam.

Google
Recentemente o Google lançou um jogo on-line chamado Google Image Labeler. Um claro exemplo de crowdsourcing. As duplas precisam dar nomes às imagens que vão aparecendo na tela. Ganha-se pontos se os dois (desconhecidos entre si, localizados em diferentes partes da Terra) derem o mesmo nome à figura. Parece algo idiota mas é na verdade uma grande sacada. Ao invés de contratar pessoas para identificar as imagens, o Google resolveu usar o poder da multidão para completar a tarefa. Pessoas aleatórias ao redor do mundo jogam em duplas e ganham pontos. Essa é a recompensa delas. Dessa forma o Google consegue identificar milhões e milhões de imagens de forma rápida e barata.


DARPA
Não, nada a ver com o seriado Lost. Lá a sigla onipresente é DHARMA. O DARPA é um órgão militar do governo americano que faz pesquisas. E não é que eles usam o crowdsourcing para melhorar essas pesquisas? Desde 2004 organizam uma competição de carros robôs guiados por inteligência artificial. Já em 2005 um carro totalmente controlado por computadores conseguiu terminar a prova realizada no deserto. O desafio agora é um carro inteligente conseguir trafegar em vias urbanas. Claro, os vencedores ganham um prêmio.

Juntando as peças
A Netflix e o DARPA procuram soluções para seus problemas. Mas investir internamente ou contratar outra empresa para realizar pesquisas sairia muito caro. A solução encontrada é deixar a multidão pensar. Centenas, milhares, talvez milhões de pessoas em um brainstorm. Uma ou outra idéia boa deve surgir, mas quase tudo é lixo. A vantagem: só se paga por resultado, ou seja, o custo pode parecer alto, mas dividido pela quantidade de cérebros envolvidos, acaba sendo um ótimo negócio.


O Google não paga em dinheiro, e sim em pontos. Dos pontos surge um ranking que gera satisfação para os que lá figuram. Tarefa realizada. E melhor: nada de problemas trabalhistas.


Artigo retirado da techbits

Um comentário:

Anônimo disse...

po, nunca tinha pensado nisso...Então o negócio é ficar atento pra não trabalhar de graça, porque o meu supermercado não aceita pagamento em pontos do google...