
Sabe aquela aula de história que você dormiu na oitava série?? Pois é não só virou uma HQ (história em quadrinhos) nas mão do mestre Frank Miller, mas também é o blockbuster NERD do momento.
Os 300 de Esparta mostra a batalha em que os soldados do Rei Leônidas enfrentam com a cabeça erguida e escudos em punho as temíveis tropas do Rei-Deus Xerxes, da Pérsia, que invadia a Grécia. Com a reduzida tropa que dá nome ao livro, Leônidas consegue deter por dias o exército que "fazia tremer o chão ao marchar". Seu feito heróico serviu de inspiração para que os gregos se unissem e depois reconstruíssem um país livre.
Miller estava iluminado. A narrativa é empolgante e a cada virar de página, frases de efeito surgem mais rápidas e certeiras que as lanças dos espartanos. E a arte é tão bela quanto as moças gregas que viviam como oráculos. O formato diferenciado foi pensado para privilegiar os desenhos, e é mais uma prova do apurado senso artístico de Miller, que fez grandes painéis a cada página, como se a história fosse mostrada em widescreen, alargando suas fronteiras.
A edição nacional nada deve à original. O papel pode ser um pouco mais fino e a impressão ligeiramente mais escura, mas é visível o cuidado que a Devir teve com o produto. A capa dura recebeu um verniz sobre o logo que valoriza o livro. Não que precisasse. As páginas internas são seu grande tesouro.
Miller estava iluminado. A narrativa é empolgante e a cada virar de página, frases de efeito surgem mais rápidas e certeiras que as lanças dos espartanos. E a arte é tão bela quanto as moças gregas que viviam como oráculos. O formato diferenciado foi pensado para privilegiar os desenhos, e é mais uma prova do apurado senso artístico de Miller, que fez grandes painéis a cada página, como se a história fosse mostrada em widescreen, alargando suas fronteiras.
A edição nacional nada deve à original. O papel pode ser um pouco mais fino e a impressão ligeiramente mais escura, mas é visível o cuidado que a Devir teve com o produto. A capa dura recebeu um verniz sobre o logo que valoriza o livro. Não que precisasse. As páginas internas são seu grande tesouro.
Interessou-se?
(300) Devir. Formato: 33cm x 24 cm. 88 páginas. R$ 46,50.
Não tem grana?
Taí o link de 300 para a revista dividida em cinco partes.
Taí o link de 300 para a revista dividida em cinco partes.
Calma lá rapaz tem mais, abaixo temos um texto de Álvaro Fonseca Duarte (também conhecido como Nhanhe, Anão...etc) mestrando em História pela Universidade Federal do Paraná:
O filme estréia nesta sexta-feira (30/03) e muita gente vai estar perguntando sobre ele. Resolvi fazer um paralelo sobre a HQ (já que o filme se diz muito fiel a ela) e a Fonte. Ah, com relação a isto acho bom um pouco de teoria da História: Fonte é todo e qualquer documento, escrito ou não, que nos permite vislumbrar coisas do passado. É a partir da fonte que os historiadores fazem a História; constroem conecimento. Lógico que fiz a crítica devida a Fonte, mas não a analisei profundamente. Simplesmente transcrevi o que ela nos diz.
A quisa de introdução: podemos dizer que a batalha de termópilas foi o primeiro enfrentamento terrestre entre o exército persa e os gregos. Cerca de 250.000 bárbaros, comandados por Xerxes, contra 4 mil gregos, comandados por Leônidas. Apesar da derrota, a heláde impos duras derrotas aos persas. Bom vamos aos itens!
Trezentos:
HQ – Na HQ eles são a guarda pessoal do rei Leônidas e que partem junto com ele para lutar contra os persas.
Fonte – Com a impossibilidade de irem lutar, imediatamente, com a totalidade do exército contra Xerxes por causa do Festival da Carnéia, o conselho resolve escolher trezentos guerreiros para lutar junto ao rei Leônidas (obrigado por lei a ir a guerra). Estes compunham uma tropa de elite, também conhecida por Cavaleiros, e deveriam ser homens que tivessem filhos para garantir o culto a memória dos heróis. Logo, a passagem presente no HQ em que o capitão fica exaltado com a morte do filho não é confirmada pela fonte.
Leônidas:
HQ – Leônidas, na HQ é o rei por direito de Esparta desde a infância e assumir esta posição de rei, para ele, seria algo natural.
Fonte – A fonte nos diz que Leônidas assumiu a realeza em Esparta de maneira imprevista. Ele tinha dois irmãos mais velhos, Cleomenes e Dorieus, e nem cogitava a idéia de vir a ser rei. Mas Cleomenes, que era o rei, morreu sem deixar descendência masculina e Dorieus havia morrido na Sicília. Assim Leônidas, que era casado com a sua sobrinha Gorgó, filha de Cleomenes, tornou-se rei de Esparta. Na fonte também temos uma genealogia de Leônidas que nos mostra que ele era descendente de Heracles.
Xerxes:
HQ – Xerxes aparece como um rei efeminado, cruel e arrogante.
Fonte – Xerxes (que significa “Guerreiro”) é um rei muito “civilizado”, apesar de muitas vezes Heródoto chamá-lo apenas “Bárbaro” (conceito de bárbaro é todo aquele que não compartilha da cultura helênica), e que escuta seus subordinados e aplica a justiça conforme lhe convém. A “vitória” dos espartanos faz com que o Grande Rei sai da sua “serenidade” e ultraja o cadáver de Leônidas, arrancando-lhe o coração e decepando a sua cabeça.
Imortais:
HQ – Tropa de elite persa que é enviada duas vezes para combater os espartanos. Eles perdem a primeira e ganham a segunda.
Fonte – é basicamente isto mesmo. Eles escolhiam os dez mil melhores soldados para formar esta tropa de elite, que se diferenciavam pelas roupas e as armas (usavam lanças maiores que o resto das tropas). Eram chamados de imortais porque cada soldado que morria era substituído por outro, de igual valor, fazendo parecer que seu número nunca diminuía. Eram comandados por Hidernes.
Éforos:
HQ – Aparecem com sacerdotes dos deuses corrompidos pelos persas para evitar que os espartanos fossem a guerra.
Fonte – são ocupantes de um cargo “executivo” (como se fossem prefeitos) e que colocam em ação as ordens do Conselho.
Carneia:
HQ – festival dedicado aos deuses antigos.
Fonte – eram festas publicas dedicadas a Apolo no mês de Cárneion (metade final de agosto e metade inicial de setembro), considerado mês sagrado. Leônidas foi defender as Termópilas com o intuito de segurar os persas até que se passassem as festividades e o grosso das tropas pudesse se juntar a eles. No resto da Grécia ocorriam as olimpíadas, o que também impediu uma mobilização maior.
Tebanos:
HQ – aparecem como mais uma tropa de apoio aos espartanos nas Termópilas.
Fonte – o rei Leônidas obrigou os tebanos a se juntarem ao seu exército, pois estes eram considerados amigos dos persas. Foi como um castigo importo a eles.
Ep(h)ialtes:
HQ – um “monstro” corcunda, de origem espartana, que conta a Xerxes, depois de refutado por Leônidas, o ponto fraco das termópilas: uma trilha que levava até a retaguarda do exército grego.
Fonte – ele era um málio, não espartano, que entrega ao Grande Rei o segredo da trilha de bodes que contorna as Termópilas em troca de prestígio e deinehiro. Depois da batalha os helenos colocaram sua cabeça a prêmio, mas ele foi morto por um tal de Atenadas e por outro motivo que Heródoto não explica.
Arautos de Xerxes:
HQ – vão as cidades gregas pedindo “terra e água”, isto é, uma rpova da vassalagem destas cidades. Quando chegam em Esparta são mortos por Leônidas que os jogam em um poço.
Fonte – basicamente isto, mas quem os jogou no poço não foi Leônidas, mas seu predecessor Cleomenes, mandando que eles pegassem “terra e água” lá no fundo do mesmo; eles também não foram enviados por Xerxes, mas por seu pai Darios. Depois Leônidas, por conta de uma revelação da pítia que dizia que os espartanos seriam amaldiçoados por conta disso, resolveu mandar dois espartanos para morrer nas mãos de Xerxes e assim vingar a morte dos arautos. Porém Xerxes não mata os mensageiros de Esparta, mas os manda embora como sinal de superioridade dos persas.
Mais algumas coisas que não tem na HQ, mas que eu acho interessante...
A Pítia, que era a mulher que revelava os oráculos, havia dito aos Lacedemônios que ou Esparta seria destruida pelos bárbaros, ou o seu rei, vindo da linha de Heraclés, teria que morrer. Este foi um dos motivos que Leônidas dispensou todas as outras tropas e permaneceu com seus Trezentos para abatalha final.
Segundo Heródoto um espartano sobrebujou todos os outros em bravura. Seu nome era Dieneces. Foi ele que respondeu a alguns traquínios que diziam que as flechas disparadas pelos bárbaros cobririam o sol, tamanho era o exército deles. Ele disse “melhor, pois assim lutaremos a sombra.”
NA HQ Xerxes diz a Leônidas que as suas culturas têm muito em comum e, segundo a mitologia, é verdade. De acorod com essa, Perseu, um dos antepassados de Heraclés, e , assim, de Leônidas, também foi “colonizador” da Pérsia. O nome do lugar, inclusive, é em homenagem a ele. Mais do que retórica, eles realmente acreditavam nisto.
O filme estréia nesta sexta-feira (30/03) e muita gente vai estar perguntando sobre ele. Resolvi fazer um paralelo sobre a HQ (já que o filme se diz muito fiel a ela) e a Fonte. Ah, com relação a isto acho bom um pouco de teoria da História: Fonte é todo e qualquer documento, escrito ou não, que nos permite vislumbrar coisas do passado. É a partir da fonte que os historiadores fazem a História; constroem conecimento. Lógico que fiz a crítica devida a Fonte, mas não a analisei profundamente. Simplesmente transcrevi o que ela nos diz.
A quisa de introdução: podemos dizer que a batalha de termópilas foi o primeiro enfrentamento terrestre entre o exército persa e os gregos. Cerca de 250.000 bárbaros, comandados por Xerxes, contra 4 mil gregos, comandados por Leônidas. Apesar da derrota, a heláde impos duras derrotas aos persas. Bom vamos aos itens!
Trezentos:
HQ – Na HQ eles são a guarda pessoal do rei Leônidas e que partem junto com ele para lutar contra os persas.
Fonte – Com a impossibilidade de irem lutar, imediatamente, com a totalidade do exército contra Xerxes por causa do Festival da Carnéia, o conselho resolve escolher trezentos guerreiros para lutar junto ao rei Leônidas (obrigado por lei a ir a guerra). Estes compunham uma tropa de elite, também conhecida por Cavaleiros, e deveriam ser homens que tivessem filhos para garantir o culto a memória dos heróis. Logo, a passagem presente no HQ em que o capitão fica exaltado com a morte do filho não é confirmada pela fonte.
Leônidas:
HQ – Leônidas, na HQ é o rei por direito de Esparta desde a infância e assumir esta posição de rei, para ele, seria algo natural.
Fonte – A fonte nos diz que Leônidas assumiu a realeza em Esparta de maneira imprevista. Ele tinha dois irmãos mais velhos, Cleomenes e Dorieus, e nem cogitava a idéia de vir a ser rei. Mas Cleomenes, que era o rei, morreu sem deixar descendência masculina e Dorieus havia morrido na Sicília. Assim Leônidas, que era casado com a sua sobrinha Gorgó, filha de Cleomenes, tornou-se rei de Esparta. Na fonte também temos uma genealogia de Leônidas que nos mostra que ele era descendente de Heracles.
Xerxes:
HQ – Xerxes aparece como um rei efeminado, cruel e arrogante.
Fonte – Xerxes (que significa “Guerreiro”) é um rei muito “civilizado”, apesar de muitas vezes Heródoto chamá-lo apenas “Bárbaro” (conceito de bárbaro é todo aquele que não compartilha da cultura helênica), e que escuta seus subordinados e aplica a justiça conforme lhe convém. A “vitória” dos espartanos faz com que o Grande Rei sai da sua “serenidade” e ultraja o cadáver de Leônidas, arrancando-lhe o coração e decepando a sua cabeça.
Imortais:
HQ – Tropa de elite persa que é enviada duas vezes para combater os espartanos. Eles perdem a primeira e ganham a segunda.
Fonte – é basicamente isto mesmo. Eles escolhiam os dez mil melhores soldados para formar esta tropa de elite, que se diferenciavam pelas roupas e as armas (usavam lanças maiores que o resto das tropas). Eram chamados de imortais porque cada soldado que morria era substituído por outro, de igual valor, fazendo parecer que seu número nunca diminuía. Eram comandados por Hidernes.
Éforos:
HQ – Aparecem com sacerdotes dos deuses corrompidos pelos persas para evitar que os espartanos fossem a guerra.
Fonte – são ocupantes de um cargo “executivo” (como se fossem prefeitos) e que colocam em ação as ordens do Conselho.
Carneia:
HQ – festival dedicado aos deuses antigos.
Fonte – eram festas publicas dedicadas a Apolo no mês de Cárneion (metade final de agosto e metade inicial de setembro), considerado mês sagrado. Leônidas foi defender as Termópilas com o intuito de segurar os persas até que se passassem as festividades e o grosso das tropas pudesse se juntar a eles. No resto da Grécia ocorriam as olimpíadas, o que também impediu uma mobilização maior.
Tebanos:
HQ – aparecem como mais uma tropa de apoio aos espartanos nas Termópilas.
Fonte – o rei Leônidas obrigou os tebanos a se juntarem ao seu exército, pois estes eram considerados amigos dos persas. Foi como um castigo importo a eles.
Ep(h)ialtes:
HQ – um “monstro” corcunda, de origem espartana, que conta a Xerxes, depois de refutado por Leônidas, o ponto fraco das termópilas: uma trilha que levava até a retaguarda do exército grego.
Fonte – ele era um málio, não espartano, que entrega ao Grande Rei o segredo da trilha de bodes que contorna as Termópilas em troca de prestígio e deinehiro. Depois da batalha os helenos colocaram sua cabeça a prêmio, mas ele foi morto por um tal de Atenadas e por outro motivo que Heródoto não explica.
Arautos de Xerxes:
HQ – vão as cidades gregas pedindo “terra e água”, isto é, uma rpova da vassalagem destas cidades. Quando chegam em Esparta são mortos por Leônidas que os jogam em um poço.
Fonte – basicamente isto, mas quem os jogou no poço não foi Leônidas, mas seu predecessor Cleomenes, mandando que eles pegassem “terra e água” lá no fundo do mesmo; eles também não foram enviados por Xerxes, mas por seu pai Darios. Depois Leônidas, por conta de uma revelação da pítia que dizia que os espartanos seriam amaldiçoados por conta disso, resolveu mandar dois espartanos para morrer nas mãos de Xerxes e assim vingar a morte dos arautos. Porém Xerxes não mata os mensageiros de Esparta, mas os manda embora como sinal de superioridade dos persas.
Mais algumas coisas que não tem na HQ, mas que eu acho interessante...
A Pítia, que era a mulher que revelava os oráculos, havia dito aos Lacedemônios que ou Esparta seria destruida pelos bárbaros, ou o seu rei, vindo da linha de Heraclés, teria que morrer. Este foi um dos motivos que Leônidas dispensou todas as outras tropas e permaneceu com seus Trezentos para abatalha final.
Segundo Heródoto um espartano sobrebujou todos os outros em bravura. Seu nome era Dieneces. Foi ele que respondeu a alguns traquínios que diziam que as flechas disparadas pelos bárbaros cobririam o sol, tamanho era o exército deles. Ele disse “melhor, pois assim lutaremos a sombra.”
NA HQ Xerxes diz a Leônidas que as suas culturas têm muito em comum e, segundo a mitologia, é verdade. De acorod com essa, Perseu, um dos antepassados de Heraclés, e , assim, de Leônidas, também foi “colonizador” da Pérsia. O nome do lugar, inclusive, é em homenagem a ele. Mais do que retórica, eles realmente acreditavam nisto.
E o filme???
(Comentário de Érico Borgo)
Zack Snyder não tem medo dos nerds. Egresso do mercado publicitário e dos videoclipes, o cineasta logo de cara encarou as feras e refilmou um clássico do terror, O despertar dos mortos (Dawn of the Dead, 1978), e agradou crítica e público com o resultado. Agora repete a dose, adaptando outra obra cultuadíssima, 300 de Esparta, graphic novel de Frank Miller e dos melhores e mais elaborados trabalhos do autor.
A exemplo de Sin City - a cidadade do pecado - também uma adaptação da obra de Miller -, cada frame de 300 é arrancado das páginas dos quadrinhos e convertido em imagem em movimento. Traços e cores aquareladas fiel e lindamente emulados.
Fãs do quadrinista não poderiam ficar mais satisfeitos - a transformação nas mãos do empolgado Snyder é praticamente literal, algo que só é possível porque Miller, que escreveu e ilustrou a obra original, pensa os quadrinhos muito diferente de outros profissionais da área. Enquanto um mestre como Will Eisner dava aos seus painéis uma perspectiva quase teatral, Miller tornou-se famoso por encarar o trabalho como se fosse um imenso storyboard de longa-metragem. Fica mais fácil então para um sujeito talentoso como Snyder - que domina recursos de estilo e tem extremo bom-gosto para saber quando empregá-los - carregar esse material base e torná-lo vivo nas telonas.
O resultado é um alucinante balé de violência estilizada, atitude e design. Cada frase cuspida no cinema - muitas delas transcritas direto da obra do historiador grego Heródoto - estremece o cinema com uma macheza que não se via há décadas na tela grande. Aliás, o efeito de 300 no público só pode ser comparado ao que deve ter sido o dos grandes épicos do passado. Não há um filme recente do gênero comparável a este. Gladiador, talvez o que mais se aproxime, recuperou o gosto do público pelas sandálias e espadas, mas é 300 o filme que insere definitivamente o épico na era do iPod, Wireless e Plasma.
E a revolução prometida por este "neo-épico" não pára por aí. Empregando com inteligência todo o potencial da computação gráfica, aliada a uma história poderosa - uma das mais célebres batalhas de todos os tempos -, cineasta e produtores conseguiram uma grandiosidade visual e narrativa inquietante. Tudo ali é pensado para provocar uma resposta emocional quase primitiva no público - dos corpos nus (a cena de sexo entre Leônidas e Gorgo é verossímil e sensual como poucas!) ao excelente "heavy metal medieval" de Tyler Bates (Seres rastejantes) na trilha sonora, passando por um enérgico banquete visual completo com câmeras lentas, aceleradas, pausas dramáticas, edição frenética...
"Linguagem de videoclipe", reclamarão erroneamente os mais ranhetas e puristas. Mas há uma diferença crucial aqui, em 300 e na arte de Snyder. Enquanto esses recursos costumam ser empregados para esconder falhas, facilitar coreografias, abreviar movimentos, forçar um estilo onde muitas vezes não existe, nesta obra eles são usados para evidenciar a virtuose do diretor. Snyder, por exemplo, não explora apenas o primeiro plano - ele tem uma profundidade de campo notável. Não há figurantes em ação, apenas dublês e atores treinados, cada qual com sua relevância, sua própria coreografia, que inclui séries de movimentos sem cortes. É o corpo do balé citado acima rodeando a primeira-bailarina.
E o que dizer da história? Difícil acreditar que Hollywood levou 40 anos para recontá-la nas telonas, desde Os 300 de Esparta (de Rudolph Maté, 1962). A resistência do rei espartano Leônidas (Gerard Butler, monstruoso no papel que deve colocá-lo na lista "A" dos astros), sua guarda de elite e uns poucos gregos livres nas Termópilas contra centenas de milhares de conquistadores persas do Imperador-Deus Xerxes (um imponente Rodrigo Santoro, com voz e estatura alteradas digitalmente), é inspiradora. Se o cinemão vive de histórias de sacrifício, honra e coragem, onde é que os 300 de Esparta estiveram enfiados? Talvez faltasse o romance, onipresente na Meca do Cinema do ocidente, mas isso Snyder e o co-roteirista Kurt Johnstad resolveram facilmente. Escolheram uns poucos quadros da HQ em que a bela e forte Rainha Gorgo (Lena Headey, lindíssima) aparece e seguiram a partir daí, criando uma história própria de sacrifício, honra e coragem para a regente, paralela à resistência de seu marido na Grécia Central. Em 300 cabe a ela convencer os velhotes e engessados políticos espartanos da necessidade de romper com a tradição (na época festiva-religiosa da Carnéia não se guerreava) e permitir que o exército ajude Leônidas em sua defesa do país.
Mais ou menos o que Zack Snyder está fazendo com seu filme - arrebentando paradigmas. Reconheçamos, portanto, um revolucionário clássico na ocasião de seu lançamento.
Ufa...
Bom esse foi o post campeão em Ctrl+C Ctrl+V hehe temos textos chupados do blog maldito e do omelete.
Bom esse foi o post campeão em Ctrl+C Ctrl+V hehe temos textos chupados do blog maldito e do omelete.
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